terça-feira, outubro 10

Cabo Geraldo e a Batida do Fusca e do Landau

Já vi gente azarada
Pra se meter em confusão
Mas igual ao Geraldo
Ainda não vi não
O bicho é azarado
Acontece tudo errado
Conto outra arrumação

Noite de sexta-feira, Geraldo acabara de comprar um fusquinha e vinha transitando pela av. da Universidade, quando ao parar no sinal do cruzamento com a Treze de Maio, sente o impacto de uma batida em sua trazeira, mas do que depressa, desce do carro e vai tomar satisfações.
-Você é doido cara? Acabou com meu carro, vai arcar com todo prejuízo viu... Geraldo gritava.
O motorista do carro causador, um Landau, aparentava estar muito embriagado e só resmungava.... -Me bata não, sou um cidadão, me perdoe...
-Perdoe o que rapaz? Tu vai é pagar o conserto
-Calma cidadão, sou uma pessoa de bem, vou pagar seu prejuízo
-Pois "bora", mostra a grana aí.
-É o sequinte , tenho dinheiro aqui não, tome meus documentos e me procure na segunda-feira, sou mecânico de landau e tenho oficina nesse endereço - Falou o homem bem intencionado.
Geraldo não teve outra opção, anotou os dados e marcou de ir à oficina na segunda.
No dia marcado... Geraldo acordou cedo, pegou o endereço e dirigiu-se ao local que era localizado no bairro de Monte Castelo, ao chegar à rua, visualizou a oficina e ficou despreocupado, "O homem mentiu não", pensou. Encostou o carro na frente da oficina e perguntou: -Cadê o seu João? Vim ajeitar meu carro...
-Aqui não trabalhamos com fusca meu amigo, somente com landau. respondeu um dos quatro mecânicos que encontravam-se no local.
-Você não entendeu, é que ele bateu no meu carro e v.... ,
Mal terminou a frase os homens foram pra cima do Geraldo

“Vem aqui seu nojento
coisa feia e fedorenta
Vou te pegar de jeito
Tu comigo se arrebenta
Nunca bati em covarde
Mas hoje tu se arde
Vou bater no pé da venta”

“Não me venha com perdão
Nem me bote cara feia
Senão chamo a policia
E lhe meto na cadeia
Mas hoje não me escapa
Vai levar é muito tapa
Acompanhado de muita peia”

“Você ainda tem peito
Pra fazer provocação
Depois de tudo feito
Pro coitado do João
Não fique aí me olhando
Muito menos resmungando
Não adianta negar não”

“O homem ta lá dentro
Todo o braço enfaixado
Da pisa que você deu
No pobre do coitado
Tem pressão alta e cansaço
Tem colite e é reumático
E ta todo angustiado”

Falaram quase já batendo em meu amigo Geraldo...

Geraldo não entendeu
Começou a se explicar
“Não encostei um dedo
Não sou nem de brigar
Minha conduta é ilibada
De dia e de madrugada
É minha vez de falar”

“Não bati em ninguém
Embora tivesse vontade
Muito menos em crianças
Ou em senhor de idade
A minha sina foi estar
Naquele maldito lugar
Na Avenida da Universidade”

Ao fazer seu relato
Geraldo logo notou
Uma mudança de atitude
E a turma se acalmou
Um deles disse então
Pra acabar a confusão
“É verdade o que contou?”

Ao ouvir a confirmação
Danaram-se a gargalhar
Geraldo não entendia
Queria era se safar
Veio então o momento
Pro seu contentamento
Do historia terminar

Realmente seu João
Estava acamado
Duma pisa que levou
Fim de semana passado
Mas foi em outra batida
Que houvera ocorrida
Depois do fusca sinistrado

Uma esquina depois
Da primeira colisão
13 de maio com Carapinima
O pobre do seu João
De tão bêbado que estava
Muito pouco se lembrava
Que tinha feito confusão

Os ocupantes do veículo
Não tiveram piedade
Meteram muita sola
No senhor de idade
E o meu amigo Geraldo
Muito despreocupado
Quase muda de cidade

Mas não ficou no prejuízo, embora o seu João pouco lembrasse do acordo não mostrou indecisão, consertou o fusquinha do meu amigo...

“É pouco o meu saber
Mas digo de coração
Agradeço a Deus por ser
Um honrado cidadão”

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