quinta-feira, novembro 23

O Morto-Vivo

Certa vez o subtenente Gonçalves, ainda na ativa, viajou com o Gomes Costa e o subtenente Mário para Tianguá. Uma moça da cidade havia morrido afogada e o corpo estava desaparecido.
Como os três eram mergulhadores, iniciaram um revezamento, dois mergulhavam e o terceiro ficava descansando um pouco. Montaram um acampamento à margem do rio e iniciaram as buscas ao corpo
Passaram-se dois dias e nada, a familia já havia providenciado um caixão e levado para o acampamento, no aguardo de alguma notícia.
Na terceira noite, o Gomes Costa foi repousar, e cansado de dormir no chão batido, resolveu tirar seu cochilo dentro do caixão, que era o local mais confortável.
Por volta da meia-noite os companheiros encontraram o corpo da moça e gritaram ainda dentro do rio para alguns homens que ajudavam nas buscas:
-Ei pessoal, achamos... corram lá na barraca e peguem o caixão!
Dois jovens se voluntariaram e dirigiram-se ao acampamento, como estava escuro, não perceberam que o bombeiro estava dentro do caixão e pegaram nas alças, no mesmo instante o Gomes Costa levantou-se e falou:
-Que é isso rapaz?
Nem preciso dizer que os homens sairam em desabalada carreira e o Gomes Costa gritando atrás...
-Pára, pára! Eu sou bombeiro, eu sou bombeiro...

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