domingo, novembro 12

O Castigo


Com essa estória que os pais não podem repreender os filhos com castigos físicos, muita gente pensa que deve liberar geral e não impõem um limite aos seus herdeiros, com isso acabam criando verdadeiros reizinhos. Aqui em casa, não vou negar, já castiguei os meninos com algumas palmadinhas, mas os castigos que aplicamos é variado: Não podem sair da cama, não podem assistir tv, não podem descer para o playground, etc.
O Jônatas, meu filho mais velho, sempre foi craque em tiradas interessantes, essa semana mesmo, ao receber seu boletim e verificar uma nota baixa, falei:
-Vai passar uma semana sem descer
-Mas pai... Como é que vou pro colégio? Se não posso descer...
Pois bem, contava o Jônatas com quatro anos e quando cheguei em casa depois de um dia de plantão, encontrei-o sentado na sala em uma cadeirinha daquelas de plástico.
-Papai. - Ele disse esticando os braços para mim.
-Depois te pego filho, papai vai tomar banho.
Como passava o dia na ambulância, não os abraçava ao chegar devido as prováveis bacterias que trazia no corpo e na farda.
Me dirigi ao banheiro e ele me acompanhou com a cadeira pregada ao corpo, entrei no banheiro e ele sentou-se à porta esperando.
Terminado o banho, o Jônatas permanecia sentado aguardando na cadeirinha.
-Papai, te amo!
-Te amo, também filho...
Me encaminhei ao quarto e mais uma vez ele me seguiu, com a cadeirinha. Enquanto me vestia ele continuava tentando chamar minha atenção.
-Papai te amo. Falou mais uma vez esticando os braços...
Nisso observei que a Eliza estava as gargalhadas vendo toda a cena.
-Tu tá vendo a arrumação do teu filho não? Falou Elizabeth.
-Que foi? Ele tá só atrás de mim...
Foi então que a Eliza me explicou e entendi tudo.
-Ele me desobedeceu e o deixei de castigo sentado na cadeira, ele não poderia sair dela, e está só esperando você o pegar no braço para sair do castigo.
Estava certo ele... Não poderia sair da cadeira, mas a cadeira poderia sair com ele pela casa.

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